terça-feira, 16 de outubro de 2012

Meu pé esquerdo - parte 2

Meu pé esquerdo - 2 -

Resolveu-se fraturar.. a coisa tá preta.
Pronto, hoje descobri tal infortúnio, ai ai ai... Andei, andei, tava meio que precisada. Nunca antes na história desse país vi mulher mais manca, desdobrei-me em torvelinhos de emoções ao subir degraus, mover-me em banquinhos a faxinar toda a casa. Dar um brilhinho pois é preciso labutar...
Raio X, mais mazelas delirantes, robocop,ou melhor, robofoot, mas pra que? Ora pois, pra não me esvair em dores dilacerantes, daquelas que se dá um gritinho comovedor. Subo, desço, não posso, médico proibiu, mas é preciso, do contrário quem sou eu ?
Oh! vida, Oh! dor!!! Deus me ajude !!!! Até quando essas quedas básicas?
Na calada da noite é quando vejo carneirinhos, enrolo-me em almofadas e durmo se preciso. Peço aos santos para que eu sonhe na mata atlântica a correr pradarias, a saltar muros, pular edifícios e encarar um salto lindo vermelho por entre passarelas.
Sonho, sonho meu... vejo cirandas, vejo paralelepípedos saltitantes e vejo-me uma andarilha feliz.
Sem reclamar, sem sentir dores, sem esmorecer, sem dengar no ouvido de ninguém muito menos de um alguém.
Preciso sonhar mais e mais... percebo outras lamparinas de saltos edificantes, azuis, brancos, negro fatal.
Acordo de mansinho, vejo luzes por entre frestas.. é o dia chegando, novo amanhecer, nova labuta, novo caminhar. E assim sucede meu pequeno pé esquerdo a lastimar tudo de novo.

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