sábado, 13 de outubro de 2012

Meu pé esquerdo






O mais absurdo é aquela parte tão, outrora, esquecida do meu precioso corpo...
O pé, esse pedaço de carne e osso, mais osso do que carne, isto, o meu pé.
Já dizia um amigo, isso não é pé, é um apoio. Chorei de desgosto, tal comparação.
Imaginei-me um banco quadrado a fazer parte de mim sustentando as curvas de meu tronco em carne e osso, mais carne que osso.
Meu dedo mais ão, isto é, meu doce pirulito, vulgo dado por minha mãe desde pequena,o qual sustento em memória há quase mais de quarenta anos. Não vou nem dizer os anos, espertinho leitor. Queres saber minha  IDADE? Nego..nego até o fim...até o fim derradeiro.
Pois como estava dizendo, meu dedo do pé, o tal pirulito, já esteve em chagas há anos. Hoje já não o sinto.
Acostumei-me com a dor, mas depois do "apoio direito" também em funestas brigas de quedas, agora sobra pro outro. Foi o esquerdo quem venceu última hora.
Exercícios diários, penumbras de solidão fisioterápicas, gelos intermitentes, enfim parece que jaz meu esquerdo no firmamento.
Oh! dor..oh! vida... !!!! Saboreia-me com um céu de brigadeiro para que eu durma no desfrute entre os travesseiros e mazelas.
Vem triunfar meu querido pé esquerdo!
Peço a Deus, maior conquista para um vislumbre de um salto majestoso e sensual.
Pois só assim, estarei no encanto, da magia poderosa de um dia acordar ...
sem os infortúnios tropeços a "resambear" meu equilíbrio de outrora.

Roseana Chaves

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