terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Primeiro Dia

Primeiro dia

Anseio uma onda  de paz, vem devagar apressa-se comigo
Vem balançar meu recanto escondidinho da peleja.
Surge brisa marinha, vem incandescer meu futuro, vem logo...
Salta maresia, vem bater em meus lábios, doce janeiro.
Sussurra vento macio, vem arfar por entre face, entre mergulho, entre preguiça...
Vem cochilar meu canto de silêncio ensurdecedor, vem degustar meu canto...
Chega depressa meu ano querido, vem debruçar sobre meu peito tanta areia, tanto mar, tanta onda.
Anseio ainda um doce amor que finge não surgir agora, mas sei que de tempos de agora ele chega..
Ele vem mansinho, como quem não quer nada...em desalinho, nas entrelinhas...
Só tenho reticências a murmurar meu grito, a sossegar meu crivo.
Fala tempo, dize-me como deixas enrubescer-me pelas entranhas, nas quietudes de meus desassossegos...
Santa Iemanjá, Santa Maria, Santa Mãe de Jesus e a todos os Santos, falai meu Anjo da Guarda ...
Diz-me tempo, a quantas estou em tuas reservas, aos teus descaminhos, às tuas farturas de bondades.
Espere meu dia primeiro , não padece de mim seu tempo tão promissor que de segundo em segundo, se esvai em sofreguidão da corrida desenfreada, louca para acabar e virar dia segundo...
Que venha 2013, sem agonia, sem peleja muita, com mais abundância de paz e um sossego de dormir.

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Uma Nova Etapa...


Cada etapa é minuciosamente preparada para o enlace e o fim. Estou num processo de acabamento para o renascer de uma nova feitura, uma criatura sem delongas e deslizes ou talvez alguns...
Ânsia e sussurros de um raiar de sol ao levitamento de um grito ensurdecedor...
Quero minha liberdade, sucumbo às besteiras da vida para em seguida deslumbrar ao encanto maior.
Nova estrela, nova estupenda catacumba que emerge, encontrando uma fresta apertada por onde eu possa passar, usufruir, enobrecer, sair da chibata interna antes aprisionada dentro de mim mesma como a uma mosca inerte de anoréxica alma.
Quero planar, flanar, amainar dentro de uma caixinha dourada onde possa resgatar historinhas trêmulas dentro de várias historinhas e dentro mais ainda de outras mais historinhas...
É assim meu mundo escondido dentro de tênues lembranças que debutam meu passado solene e preguiçoso de sair dessa têmpora cansada de doer as vicissitudes de antes.. de muito antes de agora... de alguns anos antes...  de alguns séculos... dentro de mim...embrião.
Estou cá eu , besteira da vida a tecer robusto retalho de um futuro quiçá promissor futuro.

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Empoleirando-me diante da vida...






Empoleiro-me sob as nuvens da noite afora diante da varanda esquecida.
Penso em Deus, no firmamento, na cadência de uma estrela que cai sussurrando como em lágrima.
Estamos aqui, Deus comigo sossegadinho em seu manto protetor a cobrir-me com seu abraço majestoso.
Todo meu, todo preciosíssimo meu, a acariciar meu tormento de solidão que aqui jaz em tempo preguiçoso.
Durmo acordada pensando na vida, em trilhas já passadas, em amores desfeitos, em amores construídos,
Policio-me e revejo detalhes mornos de prédios silenciosos por entre luzinhas tênues  onde por entre enigmáticos moradores, é sentido o cúmulo das conversas sem futuro na cadência de fim de noite, fim de madrugada...
Olho mas não vejo, estou em transe da meditação sonolenta de um tempo que não passa, não flutua senão dentro de mim mesma, a gotejar orvalho meio seco, meio úmido da brisa que não é mais serena.
Estou acordada mas não consigo adormecer, pois em prantos sussurro ao meu Deus para que cuide de mim.
Sinto Sua presença, a regar meu coração com sua plácida, mais que plácida serenidade. É o meu grandioso Ser Supremo, meu amigo de sempre, meu amigo eterno até à última estadia nesse terreno.
Empoleiro-me sobre as nuvens que dia adentro apressa-se a sair da maculada luz de um novo amanhecer.
Estou de volta, aqueço-me com a mansidão do sossego em flor, da calmaria, da preguiça da paz que prossegue dentro de mim.  

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Nova Era

Nova Era

Façamos  promessas de entrelaçamentos obscuros até à alma...
Sintamos o furor alcançar suas metas diante da "prenhez" de um cérebro fecundo.
Aguçamos a fera que existe em sua plena "confundância" de valores ao cabo do medo.
Mostremos diante de muitos o incandescer de faceira luz que brota do firmamento.
Sejam bem-vindos seres irreais, dentro do maior surreal obsoleto e infame objeto.
Presta-me a preguiça indolente e inerte a chamuscar ouvintes de outras eras, outras matrizes.
Estamos em plena nova Era de contornos de um futuro redondo para os que ainda não se enquadraram.
Frequentemos as alas de purificação aos assíduos errantes de outrora.
Basta-nos apressar sua sorte e comover-se de tais presságios de um mundo novo oblíquo e arenoso.
Tolerância e atitude são marco zero para a inoperância e desentusiasmo.
Marquemos o novo povo da nova magnificência , da solidariedade e fulgurante majestade de ações frutíferas.
Somos o novo vívere da idoneidade pacata de sólido DNA, de frequência ainda zero.
Gritemos humanidade, para um novo ímpeto mecânico pois ainda letargicamente amortecem os viventes à espera de falas vivificadas e reluzentes da hora.
A selva existe, ainda, mas em nova dimensão dos transeuntes  de outono que vivenciam à calada do novo Hemisfério.

Roseana Chaves

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Bandagem




Bandagem do comportamento humano

Promessas irascíveis, acontecimento premente..
Está chegando a hora, acontece eleitor, avante às mudanças...
Sou eu, é fulano, é beltrano, esfuziando entusiasmo à pleno vapor.
Que vapor é esse exasperado, calamitoso, em proveito próprio ou alhures ?
Estamos em  época de promessas, trabalhador coitado, chega do interior,
esbaforindo desejos,acalantando o pobre filho, acalmando à doce tão sua senhora..
já cansada a provedora de causos  e reclames.
Fala filho, diz o coitado já faminto e cheio de prosa...
A quantas já chora esse pobre menino já cansado de tanta peleja.
Sou eu, é fulano, é beltrano, afugentando os urubus famintos pelo pleito.
Será quem, será qual, serão quantos a desovar promessas e mais promessas...
A iludir um povo já fadado a vergonhas escandalosas e purulentas...
a denegrir coragem afugentada da preguiça que enguiça.
Há tantas eras, tantas inquietudes esbaforidas de fumaça, de tédio, de pieguices...
São os eloquentes patriotas verde e amarelos, e azuis e brancos...
Da mata virgem, do sol nascente aquele sol que nasce pra todos...a esperança que se renova .
Vamos além tal preguiça, vamos pro além..sem mais delongas....acreditar..perecer e acreditar.

Roseana Chaves

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Taciturno


A Mesmice do Taciturno

De repente tudo passa quando tudo existia.
Já não mais habita em mim aquele momento face plena, obstinado.
Antemão parecia tudo claro como oceano límpido, pois que agora queima.
Dilacerando entranhas, face oculta transborda incólume a pequenez de outrem...
Suave tortura de quem sofria no âmago apertado.e ácido.
Talvez um dia prospere calor em demasia , por uma alma pequena mas ao mesmo altiva.
Sedenta minha alma falece por entre caudaloso pântano disforme e lama,
Apodrece o olhar lacrimoso e fissurado menos que alquebrado, mais que derrotado.
Aqui jaz a malemolente e espremida criatura débil e indefinida...antes esguia e imponente.
Desesperado ambulante, aos sussurros embate aos perímetros, às cegas...engolido e seco.
Faça-me calar às escondidas, à solidão, à taciturna e febril  coisa que se diz  pedaço de gente.