sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Empoleirando-me diante da vida...






Empoleiro-me sob as nuvens da noite afora diante da varanda esquecida.
Penso em Deus, no firmamento, na cadência de uma estrela que cai sussurrando como em lágrima.
Estamos aqui, Deus comigo sossegadinho em seu manto protetor a cobrir-me com seu abraço majestoso.
Todo meu, todo preciosíssimo meu, a acariciar meu tormento de solidão que aqui jaz em tempo preguiçoso.
Durmo acordada pensando na vida, em trilhas já passadas, em amores desfeitos, em amores construídos,
Policio-me e revejo detalhes mornos de prédios silenciosos por entre luzinhas tênues  onde por entre enigmáticos moradores, é sentido o cúmulo das conversas sem futuro na cadência de fim de noite, fim de madrugada...
Olho mas não vejo, estou em transe da meditação sonolenta de um tempo que não passa, não flutua senão dentro de mim mesma, a gotejar orvalho meio seco, meio úmido da brisa que não é mais serena.
Estou acordada mas não consigo adormecer, pois em prantos sussurro ao meu Deus para que cuide de mim.
Sinto Sua presença, a regar meu coração com sua plácida, mais que plácida serenidade. É o meu grandioso Ser Supremo, meu amigo de sempre, meu amigo eterno até à última estadia nesse terreno.
Empoleiro-me sobre as nuvens que dia adentro apressa-se a sair da maculada luz de um novo amanhecer.
Estou de volta, aqueço-me com a mansidão do sossego em flor, da calmaria, da preguiça da paz que prossegue dentro de mim.  

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